sexta-feira, 6 de junho de 2014

Folhas secas no jardim da vida

E lá estava eu, havia chegado pontualmente aos 15 minutos de antecedência. Era mesmo um milagre. Já era clichê ter que usar o “Excuse me, may I come in?”. Sentei num banquinho. Bem a minha frente um funcionário da faculdade, onde aconteciam as aulas de inglês, limpava a grama retirando todas as folhas secas que cobriam o verde. O tão bonito VERDE.
Logo pensei em como é comum ter a mesma atitude de limpar ‘folhas SECAS’ sempre que sentimos essa necessidade. Jogar fora o que já não produz em nós e plantar novas sementinhas, é o que chamamos de ciclo. Pensei também sobre o quanto nos preocupamos em repensar tudo que fizemos [aliás, o que não fizemos também.] e de tentar limpar da memória tudo que já é ‘seco’! 
Buscamos varrer todas as dores, tristezas, decepções, angústias, derrotas, medos e sonhos perdidos. Tudo cobre o VERDE a ponto de deixar a vida ESCURA. Mas, tudo, ao mesmo tempo, é adubo pra quem precisa crescer...


E varrendo as folhas secas, a gente encontra misturadas, algumas um pouco coloridas. As que caíram antes mesmo de amadurecer. São as amizades não cultivadas, os amores não correspondidos, o amor que negamos, os ‘talvez’ que nos roubaram alegrias, o tempo que não tivemos para o que realmente importa. São todas as vezes em que o ‘amanhã’ nos roubou a chance de sermos melhores hoje. São todas as palavras engolidas num engasgo, escondendo tudo que tínhamos pra dizer e não foi dito.
Mas, finalmente, quando o ‘campo’ já foi varrido [Sempre com um ‘tiquinho’ de vontade que tudo que poderia ter sido bom e não foi, tenha outra chance.], lá está o VERDE. O sorriso estampado, a chance de o amor florescer, a semente do ‘ser melhor’ tendo chances de brotar.
Lá está o verde, a cor dos possíveis recomeços, dos novos sonhos e talvez, a cor da esperança. Esperança por dias sempre mais VERDES. Com folhas secas ao pé da árvore pra adubar, mas só algumas e sem o risco de que tudo possa ter amadurecido por se deixar de amar.
Que o horizonte seja verde sempre limpo.
Que folhas caiam de tão pesadas de amor ou de algo que também seja bonito.
E que o adubo seja só o reflexo do que se plantou.

Quero uma vida VERDE, COLORIDA de alegrias.
Júlia Menezes

6 comentários:

  1. Talvez seja esse o motivo da minha cor favorita ser verde... Se tudo tivesse um pouco de verde o mundo seria melhor!

    P.S: Amei o texto!!!!! Beijinhos coloridos de sua afilhada Ana Victoria... ♥♥

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  2. adorei essa analogia da vida com as folhas!
    lindo Ju! Parabéns!
    bjooo

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    1. Fico feliz por ter gostado, Milena!!! Obrigada! Bjo!!!

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  3. Que lindo! Você escreve tão bem, adorei!!
    Parabéns =D

    www.ketutt.blogspot.com.br

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